A invisibilidade do trabalho das mulheres é um dos temas mais antigos trazido pelos feminismos para as ciências sociais e é referido como uma tentativa de reinterpretar os conceitos de trabalho remunerado/não remunerado. Em geral, as mulheres participam desigualmente do mercado de trabalho. Os dados mostram que, na média, as mulheres recebem rendimentos mais baixos que os homens, ocupam menos cargos de gerência, têm taxas de rotatividade mais altas no mercado de trabalho, estão concentradas em apenas alguns setores industriais e estão alocadas majoritariamente nos setores de serviços e informal.

Ao mesmo tempo, elas são as maiores responsáveis pelas tarefas de cuidados relativos à reprodução da vida, definidas pela divisão sexual do trabalho, uma convenção social e cultural que influencia o acesso e as oportunidades de ascensão no mundo do trabalho. Diante dessa realidade, este estudo visa estimar o diferencial do rendimento per capita feminino em relação ao masculino no Brasil para os anos 1991 e 2000-2015.

A contribuição deste artigo está em revelar que as mulheres brasileiras aumentaram e melhoraram sua participação no mercado de trabalho, conseguindo aumentar seu rendimento no período. Mas, apesar de apresentarem escolaridade média superior à dos homens, ainda têm renda per capita de pouco mais de 50% da renda per capita dos homens. Isso mostra que essa desigualdade vai além da possível justificativa de diferença de qualificação.

Translate »
Skip to content