Metade das mulheres deixa o mercado de trabalho um ano após o início da licença maternidade

A matéria feita pelo Extra (05/03/18) mostra que metade das mulheres com a trajetória profissional analisada no estudo estava fora do mercado de trabalho 12 meses após o início da licença maternidade.

De acordo com a pesquisa  “Licença maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil”, realizada pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE), a presença de um filho pequeno na família é uma grande responsável para a baixa participação das mulheres no mercado de trabalho. O percentual de mulheres empregadas entre 25 e 44 anos e com um filho de até um ano de idade cai para 41%. E somente 28% destas mulheres trabalham 35 horas ou mais por semana no Brasil. No caso dos homens, o perfil é oposto: 92% dos homens com filhos de até um ano estavam trabalhando, sendo que 82% em atividades com 35 horas ou mais de carga horária semanal.

A discriminação nem sempre acontece de forma velada. Durante uma entrevista de emprego, Amanda ouviu da entrevistadora que não estava apta para a vaga por causa da filha pequena. Apenas aos dois anos da filha, a jovem conseguiu um emprego de meio-período, em uma escola. Em casos como esse, em que há provas de preconceito, a mulher pode recorrer à justiça. Segundo a doutora em economia e professora da UFF, Lucilene Morandi, dos 25 aos 44 anos, as mulheres perdem competitividade no mercado de trabalho, já que saem dos empregos para cuidar das crianças, quando não têm apoio para esse cuidado ou condições financeiras para pagar por isso; ou partem para empregos de menor qualificação, ou de período parcial.

Para a doutora em economia e professora da UFF, Ildete Pereira, mesmo com a licença maternidade, o mercado de trabalho é penoso para as mulheres, já que a conciliação entre a jornada fora de casa e os trabalhos domésticos ainda não é equilibrada entre os sexos. Ainda de acordo com a professora, em 1932, a licença maternidade foi estabelecida pela CLT, sendo um custo da empresa, o que resultava na saída das mulheres do mercado de trabalho após o casamento:

“Quando você casava, já sabia que tinha que pedir demissão. Além disso, ainda tinha outro problema, mulher casada só podia trabalhar caso o marido permitisse. O código civil dizia que o homem podia ir na empresa e dizer que o ofício estava atrapalhando a família. Aí, a empresa era obrigada a demití-la. Essa questão só foi resolvida em 1967, quando o estado passou a assumir o custo e essa questão não ficou tão explícita” conta, Ildete.

Acesse a matéria completa em:

https://extra.globo.com/economia-e-financas/emprego/metade-das-mulheres-deixa-mercado-de-trabalho-um-ano-apos-inicio-da-licenca-maternidade-22458435.html

Mulheres aumentam escolaridade em relação aos homens

Em uma matéria publicada pela DeFato (17 Jun 2019), as professora Hildete Pereira de Melo e Lucilene Morandi, coordenadoras do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia (NPGE) da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), mostram os resultados de uma das pesquisas feitas pelo Núcleo sobre o assunto.

Conforme a pesquisadora, as mulheres aumentaram em um ano a escolaridade média em relação aos homens. “É a maior conquista das mulheres brasileiras terem conseguido se educar no século 20. Embora, a gente não tenha construído a igualdade, a gente conseguiu realmente uma vitória. Não houve política pública que facilitasse isso. Foram decisões pessoais das mulheres”, afirmou, acrescentando que no Censo 1900 as mulheres eram analfabetas e terminaram o século 20 mais escolarizadas do que os homens.

A evolução da escolaridade é um dos dados abordados pela pesquisa, que comprova a desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres no Brasil. O trabalho foi desenvolvido por Hildete e pela professora Lucilene Morandi, também coordenadora do NPGE. “A ideia dessa pesquisa era ter uma noção do impacto da diferença de participação no mercado de trabalho e na renda de homens e mulheres”, disse Lucilene.

Acesse a matéria completa em:

https://defato.com/brasil/82656/mulheres-aumentam-escolaridade-em-relao-aos-homens-mostra-pesquisa

Após virarem mães, mulheres são ‘empurradas’ ao empreendedorismo

Uma matéria publicada pelo jornal O Globo (23/07/2019) aborda o caminho que leva uma mulher ao empreendedorismo.  A decisão acontece, em muitos casos, depois da maternidade e por pura necessidade. A ausência de flexibilidade nas empresas e a falta de vagas em creches estão entre os fatores que empurram as mães para fora do mercado formal de trabalho.

“Elas são levadas a isso pela falta de oportunidade de emprego e pela falta de amparo social para cuidar dos filhos”, afirma Lucilene Morandi, coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero e Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Ainda são excepcionais os postos de trabalho em que há flexibilidade. Para a maioria das empresas, a mulher se torna “menos confiável” quando vira mãe, porque é ela quem cobre todos os problemas relacionados à família. Ela arca sozinha com todo esse custo.”

Acesse a matéria completa em:

https://oglobo.globo.com/celina/apos-virarem-maes-mulheres-sao-empurradas-ao-empreendedorismo-23824097?GLBID=1e43f23512cbccd8fa001aa9d609d9644457170714e75346c5457654d7a4e474468414244674278714a4847557150514668724e514f434a2d4c5874555f6d2d796e354d7a4669593071346579614341366e6d3261315f31557268546b396d4879614e716d47673d3d3a303a6d6f72616e64692e6c6d6f72616e6469

Bônus para mães na reforma da Previdência: diminui desigualdades? 

No ano de 2019,a proposta da reforma da Previdência do governo do presidente da República Jair Bolsonaro estudava permitir benefício para mulheres com filhos. No entanto, a aposentadoria adiantada para mães não diminuirá a desigualdade de gênero. As informações foram coletadas de especialistas pelo jornal “O Globo”.

A medida da nova proposta da reforma da Previdência estudada antecipar a aposentadoria em um ano para cada filho da mãe em questão. Contudo, há o limite de três filhos para a antecipação.

Na matéria feita pelo site Suno, Lucilene Morandi, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero e Economia da UFF, opina sobre o assunto:

“É injusto com as mulheres que não têm filhos, porque sobre elas também recaem os afazeres domésticos e o cuidado com os idosos da família. Na Europa, essa discussão é a ordem do dia, porque o envelhecimento da população está pesando sobre as mulheres” 

Acesse a matéria completa em:

Bônus para mães na reforma da Previdência não diminui desigualdades, dizem especialistas

Senhoras do Mando: as condições de vida das mulheres livres e de seu potencial de inserção no mundo econômico.

Neste artigo, escrito por Hildete Pereira de Melo e Teresa Cristina de Novaes Marques, o olhar do historiador é aproximado das reais condições de vida das mulheres livres e de seu potencial de inserção no mundo econômico. As autoras partem de trabalhos surgidos recentemente no campo da história social com viés de gênero, que buscaram avaliar de forma crítica a interpretação patriarcal do papel da mulher na sociedade luso-brasileira. Pintadas em cores fortes pela historiografia tradicional, vincada pelo preconceito das fontes – em grande medida, relatos de viajantes estrangeiros – como mulheres ociosas, que, deitadas na rede, passavam os dias a gritar com os escravos, as mulheres surgem na nova produção histórica com muitos matizes.

Acesse o artigo em:

https://www.abphe.org.br/arquivos/hildete-pereira-de-melo_teresa-cristina-de-novaes-marques.pdf

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